Resumo dos fatos
Sob
a tutela muçulmano dos califas, a relativa paz reinou na Ibéria durante 8
séculos entre os três povos do Livro:
judeus, cristãos e muçulmanos.
Durante
o reinado de Boabdil,
cristãos e judeus se uniram para derrotar o único califado europeu. Derrotados
e expulsos da Ibéria - com a força e o dinheiro dos judeus - os muçulmanos
fizeram falta ao povo sefardita, que, de imediato, tiveram a cidadania cassada,
e, sem lenço e sem documento, tiveram de abandonar a Espanha cristã que ignorou
o direito consuetudinário.
O
Castelo de Alhambra, em cujas dependências foi assinado o Decreto de Expulsão,
foi construído pelos três povos do Livro; arquitetura exemplar, modernidade e superioridade
de um povo; contava com água encanada, instalações sanitárias e sistema de
abastecimento e irrigação próprios.
Expulsão
dos mouros. Decreto de Alhambra assinado, iniciou-se a Diáspora Sefardita.
Espalharam-se os judeus pelo mundo. A Turquia, que derrotara os bizantinos,
abriu as portas para os sefarditas. O sultão Beyazit II enviara à Espanha o
Almirante Kemal Reis para acudir os judeus e conduzi-los a terra otomana.
“O Rei Fernando de Espanha não é sábio como se
diz, pois empobrece o seu Reino para enriquecer o nosso”. Teria dito o sultão
referindo-se a cultura: conhecimentos médicos, matemáticos, filosóficos, náuticos,
linguísticos, a invenção de tecnologia agrícola, a inovação artesanal,
comercial e financeira; a tradução de clássicos gregos para o árabe, evitando o
desaparecimento. Destaca-se na filosofia para o trabalho do pai do pensamento
secular na Europa Ocidental, Averróis (As religiões são criações humanas equivalentes,
e por conveniência pessoal e circunstâncias escolhemos uma).
As
grandes invenções dessa época saíram do convívio, geralmente pacífico, entre as
três grandes religiões monoteístas. E toda essa riqueza, pelos sefarditas, foi
levada para a Turquia, que dominou o mundo, consolidando-se como poderoso
Império Otomano.
“O
povo que estiver conosco, que o Deus deles esteja com eles. Que vivam na nossa
terra, cada um debaixo da sua vinha e da sua figueira, com prata e ouro, com
riqueza, gado, e que façam comercio”, palavras atribuídas a Mehmed II,
governante da Turquia.
No
entanto, muitos sefarditas refugiaram-se em ‘Portakal’ e juntaram-se as
comunidades judaicas (século VI d.C). Refúgio que durou pouco tempo.
Em
1496, D. Manuel I ordena a expulsão de todos os judeus e muçulmanos de
Portugal, dando cumprimento aos termos do contrato de casamento com Isabel de
Aragão impostos pelos Reis Católicos de Espanha.
D. Manuel I |
Para
evitar o desastre económico espanhol criado pela ‘diáspora’ imposta aos Judeus,
o rei ordena a conversão geral, o fechamento das sinagogas, a destruição de
todos os livros judaicos, dos cemitérios, o confisco de crianças de catorze
anos e a entrega das mesmas a famílias cristãs.
A
conversão obrigatória foi um fracasso, pois os judeus continuavam praticando o
judaísmo às escondidas, pois submeteram-se ao cristianismo por interesses
comerciais, e não religiosos. Como exemplo da tragicidade da conversão forçada,
tem-se o Massacre de Lisboa.
Entre
os tais cristãos-novos que sobreviveram, muitos vieram desbravar o Brasil e o
nosso querido Nordeste.
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